Scar Tissue - Capítulo 2

“Uma rua escura, em blackout, denominava o atual estado do rapaz, solitário e sombrio, que corria de algo que insistia em busca-lo, longe, em um lugar não denominável, ele corria e parecia andar por abismos, sua respiração estava ofegante, suas lágrimas caíam sem parar, mas ele apenas corria. Corria, sem algum rumo. Sem ter hora pra voltar, ele apenas corria. Coitado, tentava fugir de algo que estava em sua vida. Não podemos fugir de algo que faz parte de nós.”

- Que diabos você está fazendo com esses fones e esse notebook? – Matt abriu a porta do quarto, vendo que suas palavras foram em vão. – SEUNOME! EI!

- Ah, oi. – retirou os fones. – Estou apenas escrevendo um trecho.

- Posso ler? – sentou-se ao seu lado.

- Não é que... – é tarde demais, o notebook estava em suas mãos.

- Tudo o que escrevemos ou pensamos, pintamos, desenhamos, é o que sentimos. A arte flui nos piores momentos. Eu sou a prova disso com todas as minhas músicas, então lhe pergunto: o que está sentindo, SeuApelido?

- Nada... - deu de ombros

- Como pode denominar com nada algo tão profundo assim? – passou a mão em seus cabelos castanhos, passando confiança á irmã.

- É que... Sabe, ás vezes eu canso de chorar. Eu só queria fugir disso tudo, eu cansei de sofrer...

- SeuApelido, minha pequena, saiba que nossos problemas são proporcionais ao que podemos aguentar, e tudo vem com um aprendizado. Perdas são difíceis de superar, eu não posso te dar tudo aquilo que um dia talvez você teria com o papai, mas prometo que serei o melhor irmão de todos. Estarei aqui para vê-la sorrir e chorar, para vê-la desabafar e dizer: tudo passa. Clichê, resumido. Sim, mas é exatamente isso. Não inventaram ainda um controle remoto dos sentimentos, aonde podemos apertar o “desliga”. Apenas temos que aguentar, com fé de que um dia, talvez, tudo isso, e todas as coisas ruins vão embora... – deu um beijo em sua cabeça – Eu sei que não é só isso, tá? E sei também que deve ser um saco desabafar com um jovem adulto doido e imaturo. – riu.

- Imaturo? Sério, eu acho que você sempre tem como resolver as coisas, você sabe ignorar tudo, você é o homem mais valente que eu conheço. Depois do papai, claro. Eu não me sinto totalmente aberta para poder te falar o que sinto, mas eu só quero que você saiba que eu te amo. – o abraçou.

- “Um sorriso é o segredo para abrir mais mil”... – recitou uma frase, aquela que o pai sempre dizia...

- Não vá me fazer chorar... Matheus, eu te odeio!

- E quem disse que eu te amo? – fez voz fina, balançando a cabeça, geralmente a que mulheres iniciam para começar uma briga, fazendo a irmã soltar uma pequena risada.

- Tá. Agora vamos ver um seriado...

- THE BIG BANG THEORY! Por favor, só hoje. Depois a gente assiste qualquer outro seriado de mulherzinha, mas vamos ver esse, por favor.

- Tudo bem... Eu até gosto dele. – Levantou-se e foi até a TV do quarto.

***

Kyle Lewis observou Styles abrir seu armário, e em longos passos aproximou-se, soltando um sorriso maníaco, disse:

- O assassinato de Catherine. Isso te lembra alguma coisa?

- Seu filha da... – por impulso, deu um soco com toda a força possível no rapaz, observando o sangue escorrer pelo seu nariz.

  

    Kyle apenas saboreou a dor, gargalhou e perguntou:

- Quando vai se cansar? Acha que eu tenho medo de um frango igual á você? Eu... – olhou em volta e começou a sussurrar – eu já matei pessoas, já fui preso... O que acha que eu posso fazer com a mocinha de olhos verdes? – gargalhou.

- Conta outra. Acha que eu tenho medo de você? Vá em frente, me mata. Só te digo que dessa, ah, meu amigo...Você também não sai vivo. Ou eu não me chamo Harry Styles. – bateu com toda a força o armário, até que ele fique pressionado e arrombado. Deu de ombros e caminhou até a sala.

***

- KYLE, O QUE ERA AQUILO? – SeuNome perguntou, tremendo, segurando o braço do rapaz, impedindo que ele dê mais um passo.

- Styles provocou a pessoa errada. Foi isso que aconteceu. Mas, meu amor, eu te amo, tá? Não esquece. Agora tenho que ir para a aula.

- Ok. – ela não o amava da forma que ele a amava.

***

- SeuApelido! – ouviu a voz de Louise a chamar, sorriu e caminhou até a mesa onde ela se encontrava.

- Oi. – sentou-se, cravando os dentes em seu sanduíche.

- Hoje eu me permito um chocolate. – riu.

- Você é magra de ruim! Você é tão magrinha, e come mais que eu.

- Genética, meu amor. Dois beijos. – piscou e riu.

- Você não mudou nada mesmo... – riu em conjunto.

***

Sábado; 6:30pm; London Eye; SeuNome P.O.V’s

E então eu estava na fila da grande roda gigante, tentando encontrar uma maneira de me distrair ou pelo menos esquecer um pouco da minha vida. Esperei o tempo suficiente, e quando chegou a minha vez...

- Senhorita, a senhora não pode entrar sozinha. Tem alguma companhia ou teremos que retirar pessoas aleatórias da fila?

- Não, não tenho companhia... Tudo bem, pode chamar qualquer pessoa... – dei de ombros.

- Hm... Então venha você, rapaz. – chamou Styles.- e você também, moça... – chamou uma das alunas da mesma escola, Amber.

Eu não estava acreditando que ele iria chamar logo aquele garoto esquisito... Mas dei de ombros, não tinha nenhum tipo de aversão por ele. Apenas adentrei e coloquei meus fones, esperando até que a imensa roda-gigante parasse de rodar.

- Ás vezes eu acho que minha vida é assim. Toda revirada, que nem essa roda gigante. – Styles disse para Amber, já antiga conhecida dele.

   Sem me contentar, acabei dizendo:

- A minha também. Mas um sorriso é o segredo de mais mil. – sorriu, lembrando de quando seu pai dizia isso.

- E se eu simplesmente não ter a capacidade de sorrir? – continuou com as frases poéticas

- Então procure fazer o bem...

- E se o bem não quiser fazer parte da minha vida?

  Dei de ombros. Nós éramos dois estranhos conversando coisas mais estranhas ainda.

***

Domingo; 10:00pm; SeuNome P.O.V’s

Ele poderia continuar a sentir suas unhas arranharem suas costas, poderia continuar a observar seu corpo de contorcer, ele poderia continuar a sentir arrepios com seus repetitivos sussurros e gemidos, mas deu um fim naquilo logo, fingindo um ápice. Virou-se para o outro lado da cama e fechou os olhos. E não, aquela não era uma transa exaustiva. Harry realmente tinha motivos para interromper aquilo.

***

- Bom dia... – tentou com força lembrar o nome da garota seminua ao seu lado.

- Spencer. – levantou-se, procurando suas roupas – Eu preciso ir, meus pais estão me esperando.

- Mas já? – perguntou, como se aquilo fizesse diferença.

- Minha cabeça está doendo, eu acho que bebi demais...

- Hm. – sentou-se na cama, observando-a se trocar. Ele tinha opções melhores do que aquela, mas isso não importava. Ele não iria a retornar, ligar, chamar, ele mal lembrava o nome. O que se acontece em uma noite sem sentimentos não fazia importância, certo?

- Você tem o número do meu celular, não tem?

- Ahn. Tenho. – soltou uma risadinha, pegando o celular, e dos contatos deletando o número dela.

- Então me ligue hoje mais tarde. Eu vou indo. – cruzou a porta, mas antes,  mandando um beijo no ar.

- Claro. – esperou-a sair – Essa garota deve ser burra! Ofereceu rápido demais, já experimentei, e já era. Harry gostosão. – fez uma dancinha e riu.

Ficou com uma expressão séria e então lembrou-se do porquê ele havia terminado a transa de ontem tão rápido... Ela não saia da sua cabeça desde aquela sensação esquisita. Imaginá-la no rosto de outra não era certo.

- Ah! Harry burro! – passou a mão no rosto, como se soubesse o que iria vir e estava se sentindo um babaca por isso. Pegou um travesseiro daquele motel e afundou seu rosto nele, esperando assim sumir.

***

- SeuNomeCompleto? Eu preciso conversar com você.

Olá pessoaaaaaal! Eu fiquei meio chateada com vocês por não comentarem o capítulo passado, se não gostaram desse creio que não gostarão dos próximos, então sei lá, eu acho que vou excluir a fanfic.

Escrevi ouvindo: Kiss me - Ed Sheeran